Entre guitarras fuzz e confissões dançantes
- Amanda Büttenbender

- há 12 minutos
- 3 min de leitura
guitarras pra ouvir quando o algoritmo te cansar
A real é que a gente anda cansado de playlists genéricas e refrões prontos para o TikTok. A boa notícia? Ainda tem gente fazendo música de verdade. Com alma, personalidade e um tanto de ironia.
Essa semana, o radar do VTCONTAR parou em três faixas que soam como pequenas revoluções particulares: o samba-rock-pop elétrico de Christine Valença, o indie eletrônico de DNA seattleense do Gumshen e o ska punk nostálgico e debochado da Epitáfone.
Cada um à sua maneira, eles lembram que dá pra dançar e pensar ao mesmo tempo, sem precisar escolher um lado da pista.
Depois me conta qual foi a sua predileta, tá? Põe no instagram e me marca: @vtcontar
⚡️Vamos lá curtir esses novos sons:
1) BUBBLEGUM STADIUM - Christine Valença
É samba-rock? É pop alternativo? É um espelho colorido da sociedade moderna? Provavelmente tudo isso junto, e ainda sobra espaço pra mais um solo de guitarra fuzz no meio.

Christine Valença entrega uma daquelas faixas que fazem o corpo balançar antes mesmo de a cabeça entender o porquê. Produzida por Elísio Freitas, “Bubblegum Stadium” parece uma jam entre Rita Lee, Jorge Ben e Marina Sena, com uma pitada de sarcasmo sobre a era das fake news.
O clipe, filmado num banheiro vintage descoberto por acaso, é a cereja psicodélica do bolo: bonito, divertido e cheio de personalidade.
Mais do que um hit, “Bubblegum Stadium” é um lembrete de que o pop brasileiro pode ser inteligente sem perder o rebolado.
2) Not Every One of Us – Gumshen
De Seattle, a banda funde indie rock com eletrônica de um jeito que lembra Two Door Cinema Club em ressaca existencial.
“Not Every One of Us” é um hino do tipo que parece ter saído de um futuro alternativo dos anos 2010: guitarras limpas, synths bem colocados e um groove que se constrói em camadas, até te fazer balançar a cabeça sem perceber.
A produção é elegante, moderna e, o principal: tem alma, algo raro em tempos de loop infinito.
Curioso é que a faixa ficou escondida por anos, lançada mas nunca promovida. Agora, reaparece como um daqueles achados que fazem você se perguntar como ninguém falou dela antes.
3) Gosto Tanto – epitáfone

Se você sente falta da época em que o rock nacional soava leve, solar e meio despretensioso, tipo CPM 22, Forfun ou Skank, pode abrir um sorriso: a Epitáfone chegou. “Gosto Tanto” é puro revival dos anos 2000, com guitarras cheias de energia e arranjos de sopro que soam como uma festa entre amigos.
A letra, aquela dúvida clássica de “por que eu gosto tanto de você?” , acerta na simplicidade e na honestidade. É sobre gostar, mesmo quando não faz sentido, e transformar isso num refrão pra cantar no carro, janelas abertas, 27 graus e nenhuma responsabilidade.
O clipe mantém o mesmo espírito: divertido, leve e ligeiramente debochado, como quem sabe que a nostalgia pode ser um baita combustível criativo.
De um banheiro vintage em clima de soul tropical a um synth vindo da Seattle alternativa, passando pelo calor do rock nacional dos anos 2000, essas três faixas lembram que a boa música não precisa se encaixar, ela só precisa soar verdadeira.
Então faz o teste: ouve as três seguidas. Se não te der vontade de dançar, sorrir ou mandar uma mensagem que não devia, volta e dá play de novo. Alguma coisa em você vai se mexer.











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