Playlist pra gritar baixinho (ou não)
- Amanda Büttenbender
- 14 de jul.
- 3 min de leitura
Às vezes, a melhor maneira de entender o mundo é fazer barulho.
Seja em forma de riff, grito, ou letra que escancara uma angústia, o rock segue sendo o espaço onde a confusão vira catarse e essa playlist de hoje é prova disso.
De ressacas existenciais a crises pessoais embaladas por guitarras, passando por hinos de pista com refrões prontos pra ecoar no verão, as três faixas de hoje não se economizam. Mind Affect, The Down Bads e Lennon Cripe mostram que a fúria ainda é poesia quando a gente tem coragem de gritar.
Coloca o fone, prepara a alma e vem comigo.
Depois me conta qual foi a sua predileta, tá? Põe no instagram e me marca: @vtcontar
⚡️Vamos lá curtir esses novos sons:
1) Coyote Ugly – Mind Affect

Segura esse riff: “Coyote Ugly” não está pra brincadeira. Com aquele som heavy and dirty que cola na pele, a faixa carrega a alma crua de uma ressaca de balada mas pega essa ressaca e transforma num hino de madrugada.
A letra, inspirada em one-night stands e hangovers, fala exatamente aquilo que a gente pensa no dia seguinte: “por que fiz isso?”
Com riffs que sobem, descem e explodem, o coro funciona como um grito único: união de quem já se divertiu mais que aguentava. E a produção, que faz parte do projeto maior Velvet Mirage (com lançamento previsto ainda em 2025), entrega aquele toque rebelde, com guitarras sujas e bateria no talo.
2) Danger – The Down Bads
Um summer bop energético pra aquecer a alma! Danger, do The Down Bads, é aquele tipo de música que te joga direto numa pista de verão: sol, vibe boa e sentimento de celebração no ar.
A faixa é intensa, divertida e cheia de energia, preparando o terreno para o álbum que vem por aí. Com uma produção limpa e moderna, os riffs são marcantes, a batera tem pegada e os vocais passam uma sensação de “vamos juntos nessa”.
Dá pra sentir no refrão a vontade de cantar junto, erguer os braços e vibrar junto com cada nota.
Se você quer uma música que te faça dançar, cantar alto e já te deixe na expectativa do que vai rolar no próximo lançamento da banda, Danger é o aperitivo perfeito.
3) DEADBEAT – Lennon Cripe
A pedrada chega logo de cara com DEADBEAT, faixa que mergulha na espiral de se sentir inútil e continuar reforçando isso com ações que só fazem piorar. Que vibe intensa e urgente. Lennon Cripe não esconde: a dor aparece crua, mas é também um respiro.
"Acredito que Lennon escreveu essa música como um lembrete de que sempre há uma saída, especialmente por meio de sua música" disse Dylan Buckley (do MGMT)
O instrumental é afiado, refletindo o caos emocional da letra. Guitarras distorcidas conversam com uma bateria firme, criando um clima denso e direto. A produção não tem frescura: o som é limpo, mas pesado na medida certa, deixando espaço para o desabafo vocal de Lennon que carrega angústia, mas também um sussurro de esperança.
O refrão não grita apenas o nome “DEADBEAT” ele se torna mantra, impulso, convite. E a mensagem está ali: mesmo quando parece que não tem solução, a saída encontra quem ainda tá disposto a escutar.
No fim das contas, a gente só quer uma música que entenda o caos, mas que também faça a gente dançar com ele. Coyote Ugly te joga na lama com dignidade, Danger te tira dela com estilo, e DEADBEAT mostra que mesmo quem se sente no fundo ainda pode transformar tudo em arte, e barulho.
Essas faixas não pedem licença, não se desculpam, e é exatamente por isso que merecem estar no seu radar. Vai ouvir e, se quiser, grita junto.
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